SEMANA DE MODA MASCULINA

  A popularidade estável do Quiet Luxuy pareceu seguir com força total nas coleções apresentadas nas semanas de moda masculina para a temporada de Outono/Inverno 24/25. A ênfase nos estilos clássico e elegante tomou conta das passarelas de Milão e de Paris, com um forte peso da alfaiataria com uma modelagem tradicional. Entretanto, os resultados não chegaram perto dos ternos pretos de lã fria (ou de tecidos alternativos com aparência similar) que são vistos corriqueiramente no Brasil. Além disso, a inclusão de alguns – relativamente poucos, mas com presença constante – looks casuais, de uso cotidiano, foi outro ponto importante desta temporada.

Seguindo a definição dos estilos trabalhados, o styling das peças pode ser dividido em quatro grupos: combinações com apenas uma cor (sem contraste), com cores próximas (contraste baixo) ou com cores próximas, porém com adição de pontos de cor, com tons vibrantes (contraste alto) e P&B (contraste altíssimo). Dior, Giorgio Armani e Loewe utilizaram pontos de cor, escolhendo a mesma cor: o azul ciano, enquanto as outras combinações estiveram presentes em quase todos os desfiles e em todos os temas principais.

Além do azul, o vermelho foi uma escolha popular, presente nos desfiles de Gabriela Hearst, Jw Anderson, Louis Vuitton, MSGM, Prada. Segundo a Heuritech, o seu uso aumentou em 4% em comparação com a mesma temporada do ano anterior. Além do vermelho e azul ciano, completando o grupo de cores primárias, o amarelo – eleito por Sacai e Ralph Lauren – encerrando a divisão de cores vibrantes. Também de acordo com a Heuritech, o cinza teve um aumento de 5%, considerando que em 2023 a cor já estava presente em 16% dos desfiles. As marcas que apostaram nessa cor incluem Dior, Gucci, Moschino, Prada e Zegna. Essas e outras marcas tradicionais incluíram outros tons neutros e neutros coloridos na sua cartela de cores, com opções como off-white, bege, azul marinho e preto.

Entre as principais peças, roupas de alfaiataria se destacam, incluindo blazers, calças e até bermudas, como do desfile da Comme des Garçons Homme. O sobretudo foi outro elemento que esteve presente em quase todos os desfiles, variando consideravelmente em estilos, por meio da escolha de cores, modelagens e tecidos, sendo visto nas coleções de Dior, Dolce & Gabbana, Dries Van Noten e Paul Smith, The Row, Tod’s. Diferente da temporada de 23/24, onde esses casacos foram utilizados com o seu comprimento até o chão, os itens de 24/25 possuem a altura entre logo abaixo do joelho até logo acima do tornozelo.

Outra diferença entre as temporadas, agora em comparação com a Primavera 24, foi a mudança entre o grande uso de tecidos leves e transparentes, para tecidos pesados. A lã, em diferentes versões, foi muito utilizada pelas marcas em conjuntos em cores neutras, seguida pelo veludo, das coleções de Giorgio Armani e Ralph Lauren. Nos looks casuais, o jeans foi a escolha de uma longa lista de marcas, como Dolce & Gabbana, Emporio Armani, Kenzo, Feng Chen Wang e Paul Smith, enquanto o couro, que foi usado em casacos e calças, teve o seu uso 9% maior do que na Primavera 24, fazendo parte dos desfiles Hermès, Dsquared2, Louis Vuitton, Rick Owens e criando um visual elegante, porém menos clássico do que com ternos de lã.