Em 2022, seguem em pauta todas inovações tecnológicas digitais que podem ser utilizadas pelo varejo, como a moda digital com as suas peças 3D. Com a necessidade de criar formas de consumo que respeitassem as políticas de distanciamento impostas por diversos países, bem como com a premissa de criar experiências que fossem concomitantes com a tendência de digitalização dos processos realizados no mundo físico, surgem plataformas de showrooms virtuais. Dentro disso, em uma matéria para a revista Vogue, Steff Yotka comenta que “Novas tecnologias estão surgindo, mas as linhas de frente não são os desfiles de moda digitais voltados para o consumidor. Em vez disso, são os showrooms, pontos de conexão entre marcas e compradores de varejo, que se tornaram o playground para os experimentos digitais da moda de luxo”.
“são os showrooms, pontos de conexão entre marcas e compradores de varejo, que se tornaram o playground para os experimentos digitais da moda de luxo”
Yotka menciona ainda que “a nova perspectiva mais empolgante para a moda não é uma tradução do real para o digital, mas uma experiência digital totalmente nova”. Isso vai de encontro também com a importância que as experiências criadas e moldadas por meio da tecnologia vem ganhando na última década, demonstrando uma mudança nas sociedades ocidentais do materialismo para o pós-materialismo, comendado por pesquisadores como Marc Hassenzahl. Segundo o Statista, o mercado de óculos de realidade aumentada foi igual a $9.5 bilhões em 2021, sendo que em 2022, estima-se que haverão cerca de 1,1 bilhão de usuários do dispositivo em todo o mundo – sendo que esse produto é um exemplo nítido de o produto como intermédio de uma experiência e não um objeto estático, dada a sua finalidade.
Dentre as marcas que se inserem no comércio por meio de ferramentas virtuais, sejam elas de qualquer meio, pode-se citar o caso da MAC com o virtual try on, que possibilita aos consumidores a prova de batons e sombras de modo digital, por meio do site da marca. Outra grande empresa que se inseriu nessa tendência foi a IKEA, que criou um showroom interativo, neste caso, utilizando os óculos de realidade aumentada para criar espaços onde os projetos de decoração ficam abertos para a co-criação juntos aos consumidores – trazendo assim o grande potencial de personalização das experiências.
Por fim, uma indústria que vem investido em peso no setor é a automobilística, tendo como exemplos de marcas a Volkswagen, Nissan e Jaguar. A popularidade dessa tecnologia no setor pode ser identificada como a praticidade oferecida, uma vez que a logística de transporte de tais bens é complexa, especialmente no que se refere aos itens de luxo, que necessitam de medidas especiais de segurança. No mundo virtual, replica-se a experiência da qual o consumidor desfrutaria em uma concessionária, além de ilustrar a performance dos produtos em cenários de uso cotidiano – ou idealizados em pistas de corridas. Como ponto em comum, as marcas dispõem aos seus clientes a possibilidade de traçar comparativos entre seus modelos, visualizar acabamentos e funcionamento de elementos opcionais de modo realista, assim como as tecnologias incorporadas em cada um dos produtos, demonstrando os seus diferenciais competitivos.