Ao longo das semanas de moda da temporada, vimos coleções que repercutiam as mesmas tendências com certa frequência. Se ignorássemos os pontos característicos de cada marca e olhássemos todas as coleções lado a lado, muitas delas poderiam ser combinadas e quase confundidas, tamanha a semelhança. Alguns artigos na mídia inclusive discutiram e criticaram as coleções da cidade, como o de Angelo Flaccavento para a Bussines of Fashion, onde foi abordada a ideia de que criatividade passou a ser um luxo. Apesar dessa similaridade, em Paris a presença de tendências opostas foi mais prevalente do que em outras cidades, ocasionada pela forte presença de composições casuais e de gala.

Prabal Gurung
Chanel

Na silhueta, peças com drapeados, transmitiam uma imagem hiperfeminina, enquanto a grande quantidade de ternos, como visto nas coleções da Dior e Loewe, traziam elementos clássicos do vestuário masculino. Outro elemento, vinculado à imagem hiperfeminina e que segue de temporadas passadas, nas coleções de Saint Laurent, Valentino e Victoria Beckham, é a utilização de tecidos finos e transparentes. Por outro lado, para as composições casuais, o jeans foi a aposta de Chanel, Coperni, Stella McCartney e Chloé, sendo usado em casacos, calças e saias, muitas vezes em todo o look, priorizando o tecido em tons médios e levemente claros de azul.

Valentino
Saint Laurent
Alexander McQueen

Esses tecidos se contrapõem com o pelo dos casacos de pele, escolhido para fazer parte das coleções de Miu Miu, Alexander McQueen e Givenchy. Essa peça pode ser apontada como a principal da temporada, acompanhando a estética mob wife que se popularizou logo no início de 2024 nas redes sociais. Mais um item característico dessa estética que foi amplamente explorada em Paris foi a estampa animal. Da forma que foi usado por Rabanne, Dior e Vaquera, o destaque fica para padrões de grandes felinos – como onças, leopardos, tigres e guepardos – com cores quentes. Já em termos de padrões clássicos, de estéticas mais simples, o xadrez foi a maior aposta, com forte presença da variação tartã. Para essa estampa, as principais combinações foram em preto e branco, de Thom Browne, Balmain e Paul & Joe, ou em marrons e bege, de Saint Laurent, Schiaparelli e Balenciaga.

Miu Miu
Dior
Paul & Joe
Loewe

A cartela de cores geral se manteve similar ao longo dos eventos da temporada, onde os neutros e neutros coloridos foram priorizados. Bege, branco, marinho e preto foram as cores usadas de forma constante ao longo das coleções, deixando de lado o cinza, que não foi popular em Paris da mesma forma que foi visto ao longo desta temporada. Por outro lado, assim como em outras cidades, o vermelho foi uma cor extremamente utilizada em suas variações levemente escuras, como visto nos desfiles de Givenchy, Alexander McQueen e Courrèges. Outra cor destaque foi o marrom, visível em uma ampla variedade de tons, inclusive os das coleções de Hermès, Lacoste e Isabel Marant.

Undercover
Louis Vuitton
Balmain
Co
Givenchy
Hermès

Nesta temporada, não só em Paris, mas em todo o circuito de moda, podemos perceber o direcionamento da maioria das marcas em criar visuais comerciais. Na capital parisiense, o estilo casual ganha espaço, onde até pouco tempo atrás o luxo era relacionado aos modelos exuberantes e exclusivamente elegantes. O investimento em peças básicas, diversificadas em nível de atemporalidade, se torna uma tática que pode ser empregada por qualquer marca, considerando que além de ser uma tendência, é a base de qualquer guarda-roupa.

Chloé
REFERÊNCIAS

Angelo Flaccavento, 2024. Has creativity become a luxury? Bussines of Fashion. https://www.businessoffashion.com/reviews/fashion-week/saint-laurent-miu-miu-chloe-mcqueen-paris-fashion-week-womenswear-autumn-winter-2024/

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