Conhecida como a cidade com a maior predominância de coleções comerciais, a semana de moda de Nova York tem trazido uma leve experimentação ao longo das últimas temporadas. Isso acontece, possivelmente, a fim de criar uma maior diversificação visual com o que é apresentado em Copenhague, que vem ganhando espaço na moda com coleções comerciais e o apelo sustentável inerente.

Nesta edição, a peça-chave foi, nitidamente, o casaco longo – com destaque aos feitos de pele. Há algumas temporadas a peça nesse material fazia parte de muitas das coleções apresentadas, porém ao longo do tempo o seu uso diminui, até surgir com um aumento de 14% em relação ao ano anterior, segundo dados da Heuritech. Esse item vem associado à estética Mob wife, que se tornou popular no início de 2024. Apesar do mesmo material, os exemplos desses casacos variavam muito no quesito de cor e um pouco no comprimento, que ia entre a altura do quadril ao tornozelo, mantendo sempre um corte reto e, em muitos casos, adicionando um cinto para a marcação da cintura. 

Além do pelo, outra matéria prima popular foi o couro, usado em casacos, vestidos e saias e em cores escuras, como nas peças de Brandon Maxwell, Luar e Ludovic De Saint Sernin. Com exceção do casaco de pele e alguns modelos específicos em couro, que remetem à década de 1980, a silhueta das peças pode ser relacionada a décadas de aproximadamente metade do século passado. Christian Cowan e Carolina Herrera trouxeram variações do New Look de 50, enquanto Kobi Halperin e Sandy Liang apostaram em peças similares às que eram populares na década de 60.

Tory Burch
Brandon Maxwell
Christian Cowan
Sandy Liang

Em peças com silhuetas contemporâneas, Tommy Hilfiger e Collina Strada são exemplos de marcas que apostaram em sobreposições, seguindo o que foi visto em alguns desfiles de Copenhague. Nesse styling muitas vezes eram usadas peças de texturas diferentes, trazendo dinamismo para combinações que poderiam ser consideradas simples. Algumas combinações, como de Thom Browne, combinavam também diferentes estampas padrões do mesmo tipo de estampa, neste caso o xadrez. O próprio xadrez, explorado por Anna Sui, Collina Strada e Thom Browne, foi utilizado de forma extensa em muitas coleções, com destaque para padrões em preto e branco ou marrom e branco, tornando-se a principal estampa desta edição.

Thom Browne

Enquanto temporadas anteriores traziam cores com base na ideia de trans sazonalidade, nesta edição as marcas pautaram a sua cartela de cores em cores tradicionais de estações frias, com tons escuros sendo priorizados. O preto, que possui presença garantida em todas as semanas de moda, ocupou grande parte das passarelas, junto a outros tons profundos como o bordô. Esse tom profundo de vermelho fez parte das coleções de Jason Wu, Eckhaus Latta e Khaite.

Khaite
Khaite
Coach

O vermelho cereja segue ainda como aposta das marcas, incluindo de Carolina Herrera, Alejandra Alonso Rojas, Prabal Gurung, Proenza Schouler. O marrom, em uma variação profunda, apareceu nos desfiles de Coach, Altuzarra e Christian Siriano. Outros tons utilizados pelas marcas incluem ainda o cinza escuro, visto no desfile de 16Arlington, Brandon Maxwell e Tory Burch, e o azul marinho, de Jason Wu.

Carolina Herrera
REFERÊNCIAS

Business of Fashion. 2024. In New York, a Season of Sweeping Coats and Beyoncé. Disponível em: https://www.businessoffashion.com/reviews/fashion-week/gabriela-hearst-coach-michael-kors-luar-new-york-fashion-week-womenswear-autumn-winter-2024/

CNN, 2024. NYFW: Highlights from the Fall-Winter 2024 runways Disponível em: https://edition.cnn.com/style/nyfw-fall-2024-highlights/index.html

Heuritech, 2024. Data Insights: NY FW’24 Fashion Week. Disponível em: https://www.instagram.com/heuritech/p/C3X9RYro8Tu

Pantone, 2024. Fashion Color Trend Report Autumn/Winter 2024/2025 For New York Fashion Week. Disponível em: https://www.pantone.com/articles/fashion-color-trend-report/new-york-fashion-week-autumn-winter-2024-2025

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