[MODA] Terno e gravata

Relacionado com as inspirações dos anos 80 presentes em temporadas prévias e a volta total (ou híbrida, de forma definitiva), houve uma forte presença do workwear clássico. Blazers, camisas, gravatas, saias lápis e calças retas – tudo de alfaiataria e, de preferência, combinando; resultando nos amados ou odiados conjuntinhos. Por conta do foco em funcionalidade, polidez visual e uso de cores esta temática é capaz de remeter ao recession core, apesar de possuírem conceitos diferentes.

Undercover
Valentino
Michael Kors
Alexander McQueen
Valentino

A formalidade do traje a rigor, black tie em inglês, chegou a ser a temática da coleção de Outono/Inverno 23/24 da Valentino – sendo que a escolha desse tema se deu em resposta a uma demanda dos próprios consumidores da marca. Isso foi identificado uma vez que a peça mais procurada da última coleção de Pierpaolo Piccioli: o blazer do primeiro look do desfile de Alta Costura, da coleção de Primavera/Verão 23. Para o diretor criativo, os símbolos desse código de vestimenta – assim como na alfaiataria como um todo – são representativos de poder, criados a partir da convenção social.

A utilização desses símbolos no workwear de forma tão intensificada pode ser relacionada com o power struggle que ocorre atualmente entre as gerações nos locais de trabalho – em especial entre gen z ou millennials e boomers. Com as maisons buscando atrair um público jovem, é natural que prevaleçam peças e estilos que sejam condizentes com as necessidades desse consumidor. A utilização de elementos de autoridade por trabalhadores jovens busca trazer a austeridade necessária para que suas ideias sejam ouvidas por uma geração que parece se relacionar fortemente com a mensagem passada por esses símbolos.

Dolce _ Gabbana
Givenchy

Tratando-se das peças, a silhueta em linha I/reta dá a ideia do padrão que está por vir, com uma cintura levemente marcada. Tanto pelo tipo de silhueta, como pelo styling utilizado peças monocromáticas ou de mesmo tecido, cria-se uma ideia de linha alongada – reforçadas pelo uso de casacos extremamente compridos e calças. Se contrapondo com isso, há o styling que traz uma quebra de silhueta por meio de blusas ou camisas brancas/off-white e calças ou saias pretas, muitas vezes acompanhadas de gravatas pretas.

Max Mara
Dior
Carolina Herrera

Preto, branco, azul claro, tons de cinza e bege compõe a principal cartela de cores, porém peças dessa temática que buscam se apresentar como uma versão moderna de workwear também aparecem em cores mais diferenciadas, como o bordô – muitas vezes em conjunto com material texturizado. Muito dificilmente a vestimenta desse conceito conta com estampas e, quando isso ocorre, o padrão não vai além de listras – a exemplo da risca de giz- e xadrez, replicando os contrastes alto e baixíssimos vistos no styling.

Cinq à Sept
Sacai
Saint Laurent
Giorgio Armani
Ralph Lauren

No geral, por conta da presença constante da alfaiataria, o nível de formalidade comunicado pelas peças é extremamente alto, porém também pode-se observar a presença de alguns looks despojados – dada a presença de jeans e malharia. Excluindo esses tecidos, tricoline, gabardine e lã batida são os principais materiais utilizados – seguidos pelo tweed e outras lãs trabalhadas.

Chanel
Miu Miu
Lanvin
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