O São Paulo Fashion Week N55 aconteceu de 25 a 28 de maio – ocupando três espaços, Komplexo Tempo, o Senac FAU e o Iguatemi São Paulo, além de eventos específicos em locais históricos de São Paulo. O evento comportou a apresentação de 42 coleções, sendo 31 desfiles e 11 fashion films, contando com a estreia de 7 marcas de diferentes partes do país. Nesta edição, intitulada Festival SPFW+ Origens/Ressignificar, a temática central “fala sobre quem somos e o que nos une como coletivo humano criativo, destacando o caráter diverso e plural impresso em nossa expressão artística e estética”, de acordo com a redação do próprio evento.
A edição brasileira tem como principais diferenciações das outras cidades do circuito de moda a maior utilização de estampas e cores de forma geral, além de uma forte presença de técnicas manuais e uma seleção de modelos diversa e geralmente inclusiva. Além disso, há um forte cunho artístico, próximo aos desfiles de Londres. Entre as tendências vistas na edição passada, a N54, as principais técnicas manuais foram o tricô e crochê, já o jeans foi o principal material, enquanto tons terrosos foram as principais cores e a alfaiataria comandava no quesito modelagem e silhueta.
Nesta edição, sem dúvidas, o look monocromático branco foi a maior tendência. Composto principalmente por vestidos, blusas e calças ou saias, esse styling dava a preferência pela criação de uma linha vertical alongada, onde as peças principais tinham comprimento midi à longo. Em termos de silhueta, foram incorporadas nessa tendência roupas de diferentes linhas, indo de alfaiataria até modelagens casuais e não ajustadas ao corpo. A lista de marcas que incluíram looks totalmente brancos é longa, e inclui marcas como Apartamento 03, David Lee, Dendezeiro, Fernanda Yamamoto, Greg Joey, Gefferson Vila Nova, João Pimenta, Marina Bitu, Maurício Duarte, Silvério, Thear, The Paradise e Walério Araújo.
Outras cores que apareceram com certa frequência foram o azul, em diversos tons, com uma predominância do azul Klein, presente nas passarelas de Lino Villaventura, LED, Mnisis e Martins. Já o vermelho, vibrante como o azul, fez parte das coleções de Maurício Duarte, Santa Resistência e Walério Araújo. Os tons terrosos também foram muito explorados, variando entre o terracotta e opções menos alaranjadas de marrom, como visto nas peças de David Lee, Dendezeiro, João Pimenta, Marina Bitu, Maurício Duarte, Renata Buzzo e Weider Silveiro.
O branco, além de ser utilizado sozinho em peças lisas, também foi uma cor importante nas estampas. A estampa xadrez P&B, como o tabuleiro do jogo homônimo, apareceu nas passarelas de Apartamento 03, David Lee, Igor Dadona, Marina Bitu e Martins. Estampas florais, com predominância do desenho de rosas, foram padronagens usadas por Martins, Patricia Viera e Santa Resistência. Estampas animais, especificamente de onças e leopardos, foram a escolha de padronagem de LED e The Paradise.
Entre os acabamentos e efeitos, o metalizado se manteve em alta – sendo um acabamento que segue desde o N54, fazendo parte das peças de AZ Marias, Ponto Firme e Walério Araújo. Além de materiais metalizados, o couro foi usado por Forca Studios e Patricia Viera, incorporando a cartela de materiais encorpados, que foi a preferência das marcas nesta temporada. Apesar dessa propensão, estavam presentes tecidos leves, que recebiam camadas de babados, como de Lino Villaventura, Marina Bitu, Ronaldo Silvestre, ou franjas, também de Marina Bitu e Weider Silveiro.