Cada vez mais explorada pelas marcas de luxo, a joalheria vem apresentando diferentes formas de renovação, incluindo a diferenciação por meios digitais e um foco em um público jovem. Focando em marcas de luxo que possuem um vasto portfólio de produtos – que inclui vestuário, acessórios (como sapatos, bolsas, óculos e joias), além de itens de beleza, a joalheria é utilizada como uma ferramenta de consolidação da identidade da marca. Seja representando aspectos culturais em que a marca se insere, signos altamente atribuídos a ela ou elementos que se criam uma sinergia com coleções de vestuário.
Para a sua coleção de alta joalheria, Chanel resolveu apostar em uma de seus elementos mais característicos: o tweed. Em uma coleção com 63 peças, intitulada “Tweed de Chanel”, o tecido elaborado a partir de lã se tornou o principal elemento de design. Subdividida de acordo com a inspiração principal, incluindo as camélias, as estrelas, o sol, o leão e a própria Gabrielle Chanel, cada categoria possuía a sua cartela de cores e, naturalmente, materiais diretamente relacionados ao seu conceito. O fio condutor entre as peças foi a trama visível à olho nu do tecido, representado na textura criada pela disposição de metais e gemas em cada joia.
Também dentro da sua coleção de Alta Joalheria, a dupla italiana Dolce & Gabbana buscou trazer os aspectos culturais italianos, sempre presente nas suas criações. “Green gold – Olive oil” reproduz, por meio de ouro amarelo, esmeraldas, turmalinas verdelita e granadas tsavorita, as olivas que dão origem ao azeite produzido da região da Puglia, responsável pela maior produção de azeites do mundo. O lançamento da coleção também acompanhou o lançamento do livro em comemoração aos 10 anos das coleções de Alta Joalheria da marca.
Na Fendi, a coleção de Alta Joalheria foi importante pelas próprias peças – especialmente por se tratar da primeira da marca, assim como pelo fato de as joias serem o ponto de partida para a criação da coleção de vestuário. As roupas buscavam representar através das cores, como as de esmeraldas, rubis e safiras coloridas, e dos materiais, a exemplo de bordados em fios prateados e pedrarias. Nas joias, diamantes incolores e amarelos, assim como safiras verde, laranja e Padparadscha (um tom resultante da presença de laranja e rosa).
Ainda antes da Fendi, a empresa suíça Chopard havia lançado a coleção “Caroline’s Couture”, criada por Caroline Scheufele, unindo suas peças de joalheria e vestuário. Composto por 50 looks, a coleção foi exibida em meio ao 76 Festival de Cannes, no sul da França. Diferente da Fendi, as roupas apresentadas não possuem a sua venda restrita a apenas uma estação, sendo elas comercializadas por tempo indeterminado. Além de unificar diferentes formas de arte, esta coleção, assim como as outras mencionadas, consolidam a correlação entre diferentes segmentos dentro das marcas de luxo.
