Diversos motivos levam os consumidores a busca por artigos que se adaptem a variadas formas de uso, como praticidade ou fatores econômicos – o que resulta em um problema de design para empresas. Como uma das formas de solucionar essa questão busca-se por materiais inovadores ou já existentes que não foram amplamente explorados ainda. Os produtos que mudam de cor podem ser encontrados em ambos os campos, sendo desenvolvidos novas opções ou viralizando uma tecnologia que vem sendo empregada desde a última década.
Aplicadas à superfícies de carros, vidros e tecidos, uma das tecnologias tem como principal fonte de energia a luz ultravioleta. No fim de 2022, esse recurso ganhou tração por meio de um vídeo de uma influenciadora utilizando um vestido da marca PH5. A peça é primariamente branca, porém ao entrar em contato com o sol torna-se rosa, retornando à cor original quando não se encontra diretamente sob a luz. Apesar de se popularizar somente agora, a marca vem utilizando essa tecnologia em suas malhas, pelo mesmo, desde a sua coleção de Primavera/Verão 2020. Compostas de viscose (80%) e nylon (20%), as malhas da empresa são produzidas em máquinas da empresa japonesa Shima Seiki, porém não são divulgados detalhes acerca da mudança de cor dos tecidos confeccionados.
Ainda na moda, porém na área de joias, existem grupos de minerais que naturalmente mudam de cor. Entre os exemplos se encontram a alexandrita (uma variedade de crisoberilo, com o Brasil como o maior país produtor), seguida por granadas e safiras coloridas. Essas gemas geralmente possuem a sua mudança de cor atrelada à presença de cromo em sua composição.
A diferenciação das cores ocorre dependendo da fonte de luz – variando entre violeta/azul-esverdeado ou esverdeado à luz do dia até vermelho ou violeta avermelhado à luz incandescente no caso da alexandrita. Apesar de não se tratarem de cristais amplamente usados na joalheria, por conta de sua raridade e custo elevado até mesmo em versões sintéticas, podem ter sua demanda aumentada por conta do interesse em materiais com mudança de cor.
Outra opção, no setor de carros, é o BMW i Vision Dee – onde DEE significa Experiência Emocional Digital, na sigla em inglês. O carro da marca alemã, que foi apresentado na Consumer Electronics Show (CES) 2023 em Las Vegas, inicialmente – no ano anterior- variava somente entre branco, cinza e preto.
A nova versão pode mudar entre 32 cores diferentes, por meio de 260 painéis em todo o veículo, que é descrito como o primeiro carro capaz de trocar de cor. A tecnologia utilizada é a de e-ink, similar ao que é usado em produtos como o Kindle e futuramente poderá ser aplicada em uma grande quantidade de itens no varejo.
