Continuando a chamar atenção por conta da sua abordagem próxima aos conceitos de sustentabilidade, a semana de moda de Copenhague, referente à temporada de Primavera/Verão 23. As marcas presentes no evento seguem um plano de ação com foco em criar soluções sustentáveis – lançado em 2020 para ser executado entre 2020 e 2023, sendo seguido por uma versão atualizada para o período entre 2023 e 2025. O plano aborda pontos que incluem a produção das peças, assim como aspectos relacionados ao próprio evento, envolvendo assim aspectos ambientais e também sociais. De forma transparente, a CPHFW divulga anualmente um relatório, que “mostra nossos compromissos, desafios e ambições em cumprir nossa estratégia, discutindo as barreiras que enfrentamos e nossos planos para superá-las para progredir no futuro”, como divulgado no canal oficial do evento.
Com marcas que já participaram do International Woolmark Prize em edições anteriores, como A. Roege Hove e Paolina Russo, a lã é um um material usado de formas diversas por ser de origem natural e biodegradável. Essa matéria prima transforma-se em lã batida, utilizada amplamente na alfaiataria de Mark Kenly Domino Tan, assim como na malharia da já mencionada A. Roege Hove. O poliéster reciclado também vem a ser empregado – porém, apesar dos seus aparentes benefícios, uma vez transformado em tecido o material tem o seu ciclo de vida alterado e não poderá ser reciclado novamente.
Tecidos de poliéster parecem ser usados principalmente em roupas de activewear, como de 7 days active. Materiais alternativos incluem opções como materiais alternativos ao couro, como o feito a partir de cactus, como empregado pela Deadwood. Já o algodão esteve presente principalmente por meio do jeans, empregado nas peças de Paolina Russo, Baum und Pferdgarten, Munthe e Gestuz.
Cores neutras e atemporais, como o branco, preto e variações de bege dominaram as passarelas, trazendo o seu apelo transsazonal. O preto esteve presente na maioria das coleções da temporada, como nas de P.L.N.,Deadwood e Sunflower.
Já as cores neutras claras foram utilizadas nas coleções de Lovechild-1979 e Skall Studios.
Entre os tons coloridos as variações de azul foram a maior aposta nesta temporada, com variações claras sendo vistas nas passarelas de Helmstedt, OperáSPORT, Rotate e The garment, enquanto opções de profundidade média a escura foram usadas por Henrik Vibskov, Kernemilk e Marimekko.
Além do azul, o rosa -principalmente na sua versão saturada- também esteve entre as escolhas das marcas no quesito de cores, como de Saks Potts, Stine Goya.
Tratando-se de estampas, as escolhas variaram entre os florais de Rolf Ekroth e Marimekko, incluindo o animal print de Ganni e o xadrez de Baum und pferdgarten.
No styling, a maior parte das marcas apostou em compor looks de baixo ou médio contraste entre as peças, mas com alto contraste entre o vestuário e os acessórios, especialmente os calçados – a exemplo dos looks de Lovechild 1979, Ganni e Marimekko.
Em termos de modelagem, a silhueta reta foi a mais utilizada, sendo ela ajustada, como nas peças de Kernemilk, ou ampla, como no caso de Skall Studio. Entre as peças principais, jaquetas surgiram sobretudo em couro e simulantes, estando presente nas coleções de Sunflower, Deadwood, P.L.N. e Vain.