Desde a chegada dos imigrantes alemães no Brasil, o Rio Grande do Sul se tornou um polo calçadista mundialmente conhecido. Devido à grande concentração de fábricas calçadistas, a cidade de Novo Hamburgo, situada na região do Vale dos Sinos, foi reconhecida como a capital nacional do calçado, tornando-se o principal polo produtor do estado. Essa herança vem passando de geração em geração, conservando a arte do artesanato e motivando a expansão produtiva.
Dos dias 18 a 20 de março de 2025, ocorreu a 48ª edição da Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes (Fimec). O evento, que ocorre em Novo Hamburgo, reúne os principais players da indústria coureiro-calçadista, promovendo inovação e economia para o estado, além de ser uma grande oportunidade para mostrar ao mundo a capacidade produtiva e tecnológica da região. A Fimec 2025 contou com 400 expositores, que apresentaram soluções inovadoras para a indústria, e convidados especiais que promoveram debates e palestras sobre tendências do mercado. O nosso time esteve por lá e trouxe as principais novidades em primeira mão.
Os couros foram caracterizados por padrões excêntricos, em diversos tipos de estamparia, como gráficas, assemelhando-se à manchas de tinta sobre a pele, monocromáticas, metalizadas em prata, envernizadas e em estampas de animais, como cobras, onças e zebras. As cobras foram vistas em diversas tonalidades, mesclando três ou quatro cores, normalmente mais coloridas, nada muito neutro. As onças foram as mais vistas pela feira e a zebra foi identificada em pouquíssimos estandes e apenas em peles que lembravam as listras do animal.







Já os materiais sintéticos, seguiram um padrão diferente, fugindo das estampas e optando por superfícies lisas. Foi identificado cores que transitaram pelas semanas de moda, como verde lima, amarelo manteiga e rosa claro. Além destas, cores clássicas do inverno como o marrom, bege e verde musgo. Muitos dos materiais eram envernizados, mesclando de forma igualitária com materiais opacos e sem brilho.


Nos metais, o dourado dominou, mas, algumas peças mesclando o banho dourado e prata também foram identificadas. As texturas prevaleceram com peças orgânicas de diferentes tamanhos, seguindo formas ovais, quadradas e principalmente redondas. Trazendo grande referência do maximalismo, maxi rebites combinados em diversos tamanhos e bridões clássicos. A novidade são as peças que referenciam pedras, em tons terrosos, trazendo à tona a volta do Boho Chic.



Dentre as principais novidades, além dos maquinários que automatizam processos manuais, o 3D foi o assunto mais comentado. Empresas como Ked e Lebbre, trouxeram muitas opções de fabricação com resina para impressão 3D, como saltos finos, saltos bloco, palmilhas, chinelos, botas e tênis

