Análise | Fashion Week – Londres 25

A Semana de Moda de Londres é um dos mais importantes eventos de moda do mundo e ocorre duas vezes anualmente. Do dia 20 de fevereiro ao dia 24 de fevereiro, a londrina apresentou uma mistura de tendência, desde a volta de silhuetas clássicas com adaptações contemporâneas, até cores vibrantes e estampas ousadas. Volumes exagerados e o uso de transparência também marcaram presença nos grandes desfiles. Em meio à crise do luxo, a Semana de Moda de Londres se estabelece em uma fase de transição, na busca por uma melhor adaptação às realidades do mercado atual. Ainda assim, o evento fez jus a sua fama criativa e rebelde, sendo uma plataforma expositiva de estilistas emergentes, que apresentaram designs inovadores e sustentáveis.

Gótico revisitado

Como vista em outras semanas de moda da temporada, as influências da estética gótica com um toque punk também foram notáveis, com peças como meias-calças pretas, botas de cano alto e principalmente as nuances escuras. O preto nunca sai de moda, mas nesta temporada ele vem carregado de personalidade, marcas como Dilara Findikoglu, Simone Rocha e 16 Arlington optaram por visuais all black que passam longe do básico. As passarelas foram contaminadas pelas cores intensas e dramáticas, como tons de vinho e vermelho profundo, exibidos em uma variedade de couro e malhas, levando um toque romântico aos sombrios meses de inverno. Além disso, os clássicos tons terrosos que compõem as cartelas de cores do outono/inverno também foram identificados.

Fonte: Fashionista
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Fonte: Getty Images
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Fonte: Elle

Xadrez atemporal

O xadrez segue sendo uma clássica estampa para os britânicos, este padrão atemporal foi apresentado de diversas maneiras e padrões, com referência às estéticas grunge – popularizada nos anos 90 – e preppy – estilo que surgiu nos Estados Unidos, inspirada no guarda-roupa tradicional de estudantes de escolas preparatórias e universidades elitizadas, que buscam elementos descontraídos através da estética colegial.

Fonte: Fashionista
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Gravuras pictóricas

A moda é considerada uma forma de arte há muito tempo, mas nessa temporada, essa interpretação foi levada a um novo patamar com a exibição de obras de arte reais nas próprias peças. Vários designers londrinos aderiram às suas coleções um toque de exclusividade artístico por meio de estampas e detalhes que pareciam pintados à mão, Erdem optou por incorporar rostos humanos, já Di Petsa, Conner Ives e Chet Lo antepuseram padrões mais abstratos.

Fonte: Fashionista
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A temporada das peles sintéticas

Os casacos de pele foram sucesso nas passarelas de Nova York, e isso continuou até Londres, mas do outro lado do oceano o destaque ficou por conta dos toques de pele, sutilmente adicionados em forma de detalhes, como em lapelas e acessórios.

Fonte: Fashionista
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O boho está de volta

A procura por um estilo que expresse a liberdade de escolha e a crescente valorização da individualidade, deu-se a volta da estética boho chic, que em sua essência promove a particularidade de cada indivíduo e a autoconfiança, com elementos que contrapõem o minimalismo – em alta na temporada passada – e valorizam as peças vintage, artesanais e de segunda mão. O uso de franjas em saias ou nos detalhes dos vestidos trouxeram toques de movimento, textura e dimensão às composições.

Fonte: Elle
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Experiência sensorial

A temporada foi marcada pelo retorno das silhuetas volumosas e exageradas. Nas passarelas da London Fashion Week, saias balonê – que vinham ganhando destaque desde a temporada passada – abundantes ombros acolchoados e cinturas marcadas vieram direto do túnel do tempo, ganhando destaque nos anos 80 e sobressaindo-se na moda atual. Brincar com texturas é o grande truque de styling da temporada, apostando em criar superfícies tridimensionais e misturando tecidos inusitados.

Fonte: Getty Images
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Diante do exposto, pode-se concluir que a temporada trouxe uma atmosfera sombria com toque romântico, ombros maximalistas, cinturas marcadas direto do túnel do tempo, mix de tecidos e a valorização de peças com aspecto artesanal. Embora a Semana de Moda de Londres possua um caráter mais experimental, expondo estilistas emergentes do cenário local, é possível resgatar inúmeras referências se tratando de tendências adaptáveis no âmbito nacional.

5 tendências para apostar: 

  • Composições all black, utilizando exclusivamente peças de roupa preta para criar um look completo, transmitindo elegância, sofisticação e um toque de mistério.
  • Tons de vinho e vermelho profundo, podendo ser utilizado em uma variedade de couro e malhas, como jaquetas e blusas de gola alta. 
  • Pele sintética utilizada nos detalhes, como em golas, capuzes e sapatos. 
  • Silhuetas volumosas, podendo adicionar ombros estruturados aos casacos e jaquetas e cinturas modeladas em vestidos. 
  • Peças com caráter artesanal. O segredo aqui é adicionar elementos com personalidade, levando em consideração a essência da marca, gerando proximidade com o consumidor e se destacando no mercado.
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